sexta-feira, 12 de dezembro de 2008

Debate

O debate de hoje foi bastante animado. O interesse na matéria é notório, o que é bom. A matéria que se segue em Biologia será então uma análise mais aprofundada dos argumentos da Evolução, mas desta feita, numa perspectiva actual. Posteriormente será falado no NeoDarwinismo, que finalmente consegue responder às duas questões principais a que Darwin não foi capaz de responder “Como se processa a passagem de caracteres para os descendentes” e “quais são as fontes de variação”. Os opositores da teoria estão muito mais ocupados a atacar Darwin por ter sugerido que o ser humano havia evoluído de um primata do que a procurar verdadeiras lacunas na teoria.
De certo modo foi o que acabou por acontecer no debate, com a existência de Deus em causa, tal como o seu plano.
Um criacionista não é necessariamente anti evolução, mas um fixista sim. Muitos criacionistas acreditam que ocorre evolução, e que esta é parte do plano divino.
A Grade Escada da Vida que Aristóteles apoiava era também um modelo social. Deus no topo, com uma hierarquia de anjos depois, seguido do homem (com o Rei como o Rei dos homens, cuja autoridade para mandar era divina), seguidos das aves (com a águia como seu rei), os animais selvagens (com o leão como rei), seguido dos animais domésticos (com o cavalo como o mais nobre), as plantas (com o carvalho como seu rei), os minerais (com o ouro como seu rei), etc.
Ao colocar o homem no mesmo degrau que os restantes animais, e retirando Deus da equação, a escada desmorona, e daí nasce a anarquia. Anarquia pois, porque assim todos os homens são iguais, e iguais a animais, como tal não há um que tenha autoridade para mandar nos outros, nem motivo para os seres humanos tentarem ser “civilizados” e afastarem-se do pecado. Mas esta era um medo de eclesiásticas e alguns eruditos, que não se verificou, pois as coisas não são assim tão simples nem directas.

Cada uma das figuras a ser representadas no debate possuía uma serie de ideias próprias e de argumentos. Alguns foram tocados no debate, outros não. Enquanto deixo este tópico para colocarem algumas dúvidas que gostassem de ver esclarecidas, questões diversas e/ou curiosidades que estivessem interessados em satisfazer, aproveito e coloco aqui então uma lista resumida.

Aristóteles:
- Acreditava na Escada da Vida
- Criou um sistema de classificação de seres vivos, dividindo-os entre Vertebrados (com sangue) e Invertebrados (sem sangue)
- Acreditava numa força divina que guiava a génese dos seres a partir da matéria inerte, que dependendo do seu grau na escala também originava então seres diferentes da mesma escada.

Lineu:
- Estabeleceu graus de semelhança entre seres vivos através de semelhanças observáveis.

Cuvier:
- Acreditava em vários episódios de criação seguidos por cataclismos
- Através da anatomia comparada, do qual ele é ainda hoje figura cimeira, estabeleceu a Correlação das Partes, ou seja, através de poucos ossos de um fóssil era capaz de recriar com elevada exactidão o animal em causa. Isto tornou-o muito séptico em relação à evolução, pois a mínima alteração num osso implicaria uma alteração radical em todos os outros ossos, estrutura muscular, etc.
- Criou o conceito de extinção, teorizando que teria havido um período de criação onde os répteis teriam sido a espécie dominante.

Lyell:
- Apoiava a existência de centros de criação. Locais com características diferentes no globo apresentavam então assim seres vivos diferentes.
- Não acreditava que na selecção natural como motor da evolução. Tinha uma certa dificuldade em aceita que um ser fosse capaz de se alterar ao ponto de passar a ser outro.

Maupertuis:
- Tendo em conta o tempo de existência da Terra, e que em tempos houvera animais que agora estavam mortos, acreditava então que haveria combinações fortuitas de características nos seres que fariam com que novas espécies surgissem. No entanto muitas dessas combinações tornariam os seres inviáveis, e a natureza trataria de os eliminar.
- O seu Principio na Menos Acção era aplicado em Biologia tal como em Física, pelo que as coisas tenderiam a seguir caminhos mais simples e que despendessem menos energia, modos de ser mais eficientes

Buffon
- Para si os seres transformavam-se por Degenerações Sucessivas (ou Melhoramentos Sucessivos)
- Notou na existência de estruturas atrofiadas em seres vivos, órgãos vestigiais. Em tempo haviam servido algum propósito, mas na actualidade apareciam naqueles seres como um resto de algo que deixaram de usar até atrofiar.

De resto Lamarck e Darwin foram já apresentados em PowerPoints que até estão aqui no Blog.

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