terça-feira, 8 de dezembro de 2009
Raposas Domesticadas
Para quem não sabe bem Inglês não stress muito porque está depois tudo explicado:
Algures na Sibéria por volta de 1950 um Biólogo foi encarregado de um projecto aparentemente simples. Belyaev estava responsável por tornar as raposas de uma quinta de raposas (para peles) mais mansas. O que Belyaev fez foi começar por fazer selecção artificial.
Ora bem, temos de ter em conta que a Rússia era um país comunista, e Belyaev não era um dos preferidos do partido (acho que quando disse que estava na Sibéria dava para perceber isso). Além do mais havia teorias sobre a natureza ditadas pelo partido. Isto tudo resultava em Belyaev trabalhar com pouco ou nenhum material e pouca ou nenhuma informação sobre genética. Mas a lógica é lógica, e Belyaev começou as suas experiencias com uma ideia.
Ia permitir a reprodução das raposas que fossem menos agressivas, e impedindo a reprodução das mais agressivas ou medrosas. Isto era medido pelo modo como respondiam ao aproximar de um humano (ou da mão com uma luva). Perante um perigo a resposta lógica não é uma, mas um dilema, o “fight or flight”, o lutar ou fugir, a mesma dose de adrenalina pode dar para as duas respostas (dependendo de certas condições), por isso se tentassem atacar ou fugir furiosamente a resposta era tida como idêntica.
E passadas apenas dez gerações algo completamente inesperado aconteceu. Efectivamente as raposas iam sendo cada vez mais mansas, mas dez gerações depois pareciam animais completamente diferentes. A pelagem era diferente, exibindo cores diferentes e até manchas; as orelhas passaram a ser caídas como as dos cães, e como as destes podiam facilmente ficar direitas com atenção; começavam a fazer vocalizações, tipo latidos, algo que as raposas não fazem, só as crias; o seu comportamento era brincalhão, amistoso e até se davam pelo nome; etc.
Isto é algo bastante interessante.
Olhando para isto de um ponto de vista genético há primeira vista há aqui algo errado. Belyaev começou com uma amostragem de uma população selvagem (as raposas da quinta) que por si só era um fundo genético já não representativo de toda a variabilidade dentro da espécie. E em dez gerações foi efectuando selecção artificial. A selecção artificial que efectuou embora permitisse recombinações ia a pouco e pouco empobrecendo o fundo genético com que estava a trabalhar. E então, de um momento para o outro um monte de caracteres novos surgiu… do nada? Isto não faz sentido!
Quer dizer, até faz, se pensarmos de outra maneira. Que genes estaria Belyaev, mesmo não intencionalmente, a seleccionar na sua experiencia? Os relacionados com a Adrenalina. Pode não ser a adrenalina em si, mas algo relacionado com o modo como o gene é lido. E seria algo que afectava a leitura de Adrenalina, Melanina (cor e pelagem) e neurotransmissores que compartilham parte da cadeia de síntese destas proteínas, monoaminas.
Daqui retiram-se várias lições.
A primeira é que a domesticação do cão pode ter sido muito mais rápida, e as características que ele exibe, como as cores e o ladrar podem ser completamente secundárias à selecção que levou ao seu aparecimento.
Outro é que quando dizem que um chimpanzé tem noventa e muitos genes iguais aos nossos isso quer dizer pouco ou nada. Para começar esses dois porcentos são um abismo monstruoso, pois referem-se acima de tudo a genes como este, que controlam o modo como os outros são lidos; e depois existe uma diferença a nível cromossómico bastante interessante.
E temos 50% de ADN partilhado com as bananas e as couves, 60% com a mosca da fruta… Estes valores referem-se acima de tudo aos processos que são necessários à vida; todos os seres vivos aqui nomeados são eucariontes, e como tal têm orgânicos semelhantes e processos metabólicos semelhantes.
Bibliografia (alguma)
PS – O instituto que depois passou a tratar das raposas e a expandir o trabalho e o estudo está com problemas financeiros. Como tal passaram a vender “raposas” (se se pode chamar aquilo raposa… eu não chamo lobo a um cão). Se tiverem oportunidade arranjem uma, pelo bem da ciência! E é verdade, na continuação da decorticação as raposas domésticas perderam aquele cheiro forte de raposa que usam para marcar as coisas, pelo que, agora não cheiram tão mal.
Imagens:
De isto:
Para isto:
(ainda são crias)
Algures na Sibéria por volta de 1950 um Biólogo foi encarregado de um projecto aparentemente simples. Belyaev estava responsável por tornar as raposas de uma quinta de raposas (para peles) mais mansas. O que Belyaev fez foi começar por fazer selecção artificial.
Ora bem, temos de ter em conta que a Rússia era um país comunista, e Belyaev não era um dos preferidos do partido (acho que quando disse que estava na Sibéria dava para perceber isso). Além do mais havia teorias sobre a natureza ditadas pelo partido. Isto tudo resultava em Belyaev trabalhar com pouco ou nenhum material e pouca ou nenhuma informação sobre genética. Mas a lógica é lógica, e Belyaev começou as suas experiencias com uma ideia.
Ia permitir a reprodução das raposas que fossem menos agressivas, e impedindo a reprodução das mais agressivas ou medrosas. Isto era medido pelo modo como respondiam ao aproximar de um humano (ou da mão com uma luva). Perante um perigo a resposta lógica não é uma, mas um dilema, o “fight or flight”, o lutar ou fugir, a mesma dose de adrenalina pode dar para as duas respostas (dependendo de certas condições), por isso se tentassem atacar ou fugir furiosamente a resposta era tida como idêntica.
E passadas apenas dez gerações algo completamente inesperado aconteceu. Efectivamente as raposas iam sendo cada vez mais mansas, mas dez gerações depois pareciam animais completamente diferentes. A pelagem era diferente, exibindo cores diferentes e até manchas; as orelhas passaram a ser caídas como as dos cães, e como as destes podiam facilmente ficar direitas com atenção; começavam a fazer vocalizações, tipo latidos, algo que as raposas não fazem, só as crias; o seu comportamento era brincalhão, amistoso e até se davam pelo nome; etc.
Isto é algo bastante interessante.
Olhando para isto de um ponto de vista genético há primeira vista há aqui algo errado. Belyaev começou com uma amostragem de uma população selvagem (as raposas da quinta) que por si só era um fundo genético já não representativo de toda a variabilidade dentro da espécie. E em dez gerações foi efectuando selecção artificial. A selecção artificial que efectuou embora permitisse recombinações ia a pouco e pouco empobrecendo o fundo genético com que estava a trabalhar. E então, de um momento para o outro um monte de caracteres novos surgiu… do nada? Isto não faz sentido!
Quer dizer, até faz, se pensarmos de outra maneira. Que genes estaria Belyaev, mesmo não intencionalmente, a seleccionar na sua experiencia? Os relacionados com a Adrenalina. Pode não ser a adrenalina em si, mas algo relacionado com o modo como o gene é lido. E seria algo que afectava a leitura de Adrenalina, Melanina (cor e pelagem) e neurotransmissores que compartilham parte da cadeia de síntese destas proteínas, monoaminas.
Daqui retiram-se várias lições.
A primeira é que a domesticação do cão pode ter sido muito mais rápida, e as características que ele exibe, como as cores e o ladrar podem ser completamente secundárias à selecção que levou ao seu aparecimento.
Outro é que quando dizem que um chimpanzé tem noventa e muitos genes iguais aos nossos isso quer dizer pouco ou nada. Para começar esses dois porcentos são um abismo monstruoso, pois referem-se acima de tudo a genes como este, que controlam o modo como os outros são lidos; e depois existe uma diferença a nível cromossómico bastante interessante.
E temos 50% de ADN partilhado com as bananas e as couves, 60% com a mosca da fruta… Estes valores referem-se acima de tudo aos processos que são necessários à vida; todos os seres vivos aqui nomeados são eucariontes, e como tal têm orgânicos semelhantes e processos metabólicos semelhantes.
Bibliografia (alguma)
PS – O instituto que depois passou a tratar das raposas e a expandir o trabalho e o estudo está com problemas financeiros. Como tal passaram a vender “raposas” (se se pode chamar aquilo raposa… eu não chamo lobo a um cão). Se tiverem oportunidade arranjem uma, pelo bem da ciência! E é verdade, na continuação da decorticação as raposas domésticas perderam aquele cheiro forte de raposa que usam para marcar as coisas, pelo que, agora não cheiram tão mal.
Imagens:
De isto:
Para isto:
(ainda são crias)
sexta-feira, 4 de dezembro de 2009
Paz e Sossego
Era suposto ter continuado a actualizar este sítio, e estou com muita pena em não ter conseguido tempo antes.
Entrei em Mestrado de Biologia Aplicada, e estou já no último ano (são dois, mas tive equivalências) o que quer dizer que estou a preparar uma tese.
Se há uns meses me dissessem que ia estar neste projecto a fazer o que estou a fazer, e a gostar, não ia acreditar.
O meu projecto é… Esqueço-me sempre do nome, mas é um nome bem grande. O objectivo é estudar o efeito do aumento da salinidade nas zonas costeiras, por causa do aumento do nível do mar. O meu caso em concreto é em zonas aquáticas, pelo que estou em Toxicologia Aquática (algo aparentado com Ecotoxicologia) que pertence a Ecologia.
E neste momento estou a trabalhar com (e esta é a parte que me parece ainda difícil de acreditar, do género, “como é que isto aconteceu?”) Daphnias.
Ok, se fossem “Daphnia magna” era uma coisa, mas estou a trabalhar com outra, e vou passar a explicar. Na ciência em geral existem padrões, valores de referência e até organismos padrão. No caso de Toxicologia Aquática um dos organismos mais estudados e usados (por tão bem estar estudado) é a “Daphnia magna” para a qual até já existem muitos testes padrão (ou seja, como já se sabe como reagem perante certas concentrações de certos poluentes, é quase só largar umas numa amostra de água e ficar a ver como é que elas lá se dão para se ter uma ideia do que se passa na água). Mas esta daphnia é nativa do sub-continente norte-americano. Recentemente muitos laboratórios têm começado a adaptar estes testes a organismos semelhantes à “Daphnia magna” mas que existam naturalmente na sua área. É sempre complicado e até perigoso estar dependente de espécies exóticas, e logo uma com as características reprodutivas da Daphnia.
Em Portugal existe uma espécie de daphnia, a “Daphnia longispina”. É muito parecida com a magna, excepto que é muito, mas muito mais pequena.
E ainda há mais “problemas”, uma vez que não há valores tabulados de salinidade que a “Daphnia longispina” aguenta, tive de andar eu de volta delas a fazer testes para descobrir esse valor (aproximado). Demorou, sendo que o principal factor é que usei os dados da magna como referencia para os testes. A longispina pode ser mais pequena, mas resiste muito mais ao sal. Resiste muito mais. Resiste assim do género “bolas que há mais de dois meses que não vou a casa porque estou a fazer testes de 48h com daphnias e não tenho ainda resultados de mortalidade”.
Mas agora já está melhor, e embora talvez só vá a casa depois do ano novo (agora são os testes de 12 dias) tenho mais tempo livre.
Ok, fora isto há muito movimento no mundo da ciência que tenho de aqui colocar. E são duas da manhã
Entrei em Mestrado de Biologia Aplicada, e estou já no último ano (são dois, mas tive equivalências) o que quer dizer que estou a preparar uma tese.
Se há uns meses me dissessem que ia estar neste projecto a fazer o que estou a fazer, e a gostar, não ia acreditar.
O meu projecto é… Esqueço-me sempre do nome, mas é um nome bem grande. O objectivo é estudar o efeito do aumento da salinidade nas zonas costeiras, por causa do aumento do nível do mar. O meu caso em concreto é em zonas aquáticas, pelo que estou em Toxicologia Aquática (algo aparentado com Ecotoxicologia) que pertence a Ecologia.
E neste momento estou a trabalhar com (e esta é a parte que me parece ainda difícil de acreditar, do género, “como é que isto aconteceu?”) Daphnias.
Ok, se fossem “Daphnia magna” era uma coisa, mas estou a trabalhar com outra, e vou passar a explicar. Na ciência em geral existem padrões, valores de referência e até organismos padrão. No caso de Toxicologia Aquática um dos organismos mais estudados e usados (por tão bem estar estudado) é a “Daphnia magna” para a qual até já existem muitos testes padrão (ou seja, como já se sabe como reagem perante certas concentrações de certos poluentes, é quase só largar umas numa amostra de água e ficar a ver como é que elas lá se dão para se ter uma ideia do que se passa na água). Mas esta daphnia é nativa do sub-continente norte-americano. Recentemente muitos laboratórios têm começado a adaptar estes testes a organismos semelhantes à “Daphnia magna” mas que existam naturalmente na sua área. É sempre complicado e até perigoso estar dependente de espécies exóticas, e logo uma com as características reprodutivas da Daphnia.
Em Portugal existe uma espécie de daphnia, a “Daphnia longispina”. É muito parecida com a magna, excepto que é muito, mas muito mais pequena.
E ainda há mais “problemas”, uma vez que não há valores tabulados de salinidade que a “Daphnia longispina” aguenta, tive de andar eu de volta delas a fazer testes para descobrir esse valor (aproximado). Demorou, sendo que o principal factor é que usei os dados da magna como referencia para os testes. A longispina pode ser mais pequena, mas resiste muito mais ao sal. Resiste muito mais. Resiste assim do género “bolas que há mais de dois meses que não vou a casa porque estou a fazer testes de 48h com daphnias e não tenho ainda resultados de mortalidade”.
Mas agora já está melhor, e embora talvez só vá a casa depois do ano novo (agora são os testes de 12 dias) tenho mais tempo livre.
Ok, fora isto há muito movimento no mundo da ciência que tenho de aqui colocar. E são duas da manhã
segunda-feira, 22 de junho de 2009
subscrever
Se tiverem interesse agora dá para fazer subscrição do Blog. Deste modo, e devido à aleatoriadade das actualizações, não seria necessário visitar a página. Assim que ocorre-se alguma actualização seriam imediatamente avisados.
Como se alguém se importa-se...
Como se alguém se importa-se...
Um Rato
O rato está vivo na altura da fotografia. E continuou vivo durante mais uns tempos. Não se afogou, em vez disso acabou por morrer, como muitos outros envolvidos nestas experiencias, por ataque cardiaco com medo e confusão.
O rato esá mergulhado numa solução de Perfluorcarboneto saturada em oxigénio. Tem tanto oxigenio que permite a passagem deste oxigénio para o sangue nos pulmões. Dá para respirar.
É como no filme "Abismo".
Tem uma serie de aplicações práticas, mas também efeitos secundários. A maior densidade do meio permite a que o corpo esteja sujeito a maiores pressões, mas essa densidade também exerce desgaste no organismo, principalmente nos musculos involvidos na respiração, principalmente no diafragma.
Está aí alguém?
Nem interessa. Durante os próximos tempos, por um pouco de ócio e de diversão, vou postar mais umas coisas.
A ciência é algo que fascina quem a estuda. E não tenham ilusões, no liceu não se estuda ciência. O objectivo actual do sistema de ensino é preparar os alunos para passarem nos exames. No começo do ano aparece uma lista, em termos gerais, do que poderá lá aparecer. Conjuntamente há directrizes sobre o que se pode e se tem de dizer e não se pode dizer nas salas de aulas. Muitos professores preferem então simplificar as coisas, e optam por dar a matéria com uma serie de exemplos simples, mas que deram provas de terem funcionado. No entanto toda a gente sabe que nos exames nacionais os exemplos não são triviais. Além disso, os exercícios são a conjunção de várias partes da matéria.
Mas afinal é assim que é o mundo. Não há barreiras na realidade, é tudo contínuo. Existe então uma falta de comunicação entre quem desenha os programas e quem idealiza a avaliação (um é o ministério directamente e o outro o GAVE).
Bem, a ciência pode ser vista como uma pirâmide, embora pouca gente goste de ouvir isto assim, principalmente quando ainda não tem uma visão geral. A base é a matemática, que não é uma ciência, esta na realidade fornece as ferramentas para as outras ciências trabalharem. A seguir vem a Física, que usa a matemática para descrever a realidade, depois a química, que se cruza em várias partes com a física (termodinâmica) para descrever as substâncias, numa escala maior e as suas interacções. Então é que vem a Geologia e a Biologia.
Vamos a exemplos porreiros de como a ciência é do catano.
Já devem ter ouvido falar em “coloides”. Na continuidade que existe na realidade, a barreira entre o estado líquido e sólido não é então linear, e existem substancia que não são nem uma coisa nem outra. O citoplasma é um exemplo. E este filme exemplifica um coloide, que para além de servir para pôr dar um murro na cara de Newton (é um fluido não Newtoniano porque desobedece à física clássica) pode ser facilmente preparado em casa:
E depois há ferro fluidos, que é mais magia que física. Não, na realidade a Física é que cada vez demonstra que o velhinho método científico tem as suas falhas, e que o mundo é muito mais fascinante do que o nosso senso comum (nascido numa visão tridimensionar do mundo, com uma linha temporal linear) também tem falhas.
E para descomprimir que tal um vislumbre do fim dos tempos?
http://www.telegraph.co.uk/news/picturegalleries/picturesoftheday/5443342/Pictures-of-the-day-4-June-2009.html?image=1
Já fazem lanças, deitam abaixo redes de fibra óptica, roubam doces a crianças, fazem apagões e agora “voam” com planadores. Eles vêm aí!
A ciência é algo que fascina quem a estuda. E não tenham ilusões, no liceu não se estuda ciência. O objectivo actual do sistema de ensino é preparar os alunos para passarem nos exames. No começo do ano aparece uma lista, em termos gerais, do que poderá lá aparecer. Conjuntamente há directrizes sobre o que se pode e se tem de dizer e não se pode dizer nas salas de aulas. Muitos professores preferem então simplificar as coisas, e optam por dar a matéria com uma serie de exemplos simples, mas que deram provas de terem funcionado. No entanto toda a gente sabe que nos exames nacionais os exemplos não são triviais. Além disso, os exercícios são a conjunção de várias partes da matéria.
Mas afinal é assim que é o mundo. Não há barreiras na realidade, é tudo contínuo. Existe então uma falta de comunicação entre quem desenha os programas e quem idealiza a avaliação (um é o ministério directamente e o outro o GAVE).
Bem, a ciência pode ser vista como uma pirâmide, embora pouca gente goste de ouvir isto assim, principalmente quando ainda não tem uma visão geral. A base é a matemática, que não é uma ciência, esta na realidade fornece as ferramentas para as outras ciências trabalharem. A seguir vem a Física, que usa a matemática para descrever a realidade, depois a química, que se cruza em várias partes com a física (termodinâmica) para descrever as substâncias, numa escala maior e as suas interacções. Então é que vem a Geologia e a Biologia.
Vamos a exemplos porreiros de como a ciência é do catano.
Já devem ter ouvido falar em “coloides”. Na continuidade que existe na realidade, a barreira entre o estado líquido e sólido não é então linear, e existem substancia que não são nem uma coisa nem outra. O citoplasma é um exemplo. E este filme exemplifica um coloide, que para além de servir para pôr dar um murro na cara de Newton (é um fluido não Newtoniano porque desobedece à física clássica) pode ser facilmente preparado em casa:
E depois há ferro fluidos, que é mais magia que física. Não, na realidade a Física é que cada vez demonstra que o velhinho método científico tem as suas falhas, e que o mundo é muito mais fascinante do que o nosso senso comum (nascido numa visão tridimensionar do mundo, com uma linha temporal linear) também tem falhas.
E para descomprimir que tal um vislumbre do fim dos tempos?
http://www.telegraph.co.uk/news/picturegalleries/picturesoftheday/5443342/Pictures-of-the-day-4-June-2009.html?image=1
Já fazem lanças, deitam abaixo redes de fibra óptica, roubam doces a crianças, fazem apagões e agora “voam” com planadores. Eles vêm aí!
sexta-feira, 5 de junho de 2009
Naruto
Naruto concretamente uma salsicha de peixe.
Devem conhecer uma coisa que se vende nos super mercados chamada de “delícias do mar”, pois bem, isso é baseado numa receita japonesa: Surimi. Podem ler bem a embalagem, porque por vezes vem lá mesmo assinalado esse nome.
Estas salsichas são confeccionadas fazendo um puré com vários peixes. Esta pasta de peixe é depois moldada em barras e cozida em vapor.
Normalmente há a variedade Branca e a Vermelha. Quando se confecciona uma salsicha de peixe mista (com as duas cores) esta obtém o nome de Kamaboko.
Um dos locais famosos pelas suas Kamaboko é a cidade japonesa de Naruto. Esta cidade fica perto do estreito que separa as duas das grandes ilhas do arquipélago, Honshou e Shikoku. Isto faz com que a cidade seja palco de um raro espectáculo: Naruto no Uzushio, os remoinhos de Naruto.
Ora bem, isto é uma grande atracão turística, desde há muitos anos. Como tal, a Kamaboko feita nesta cidade apresenta a parte vermelha em forma de espiral no centro e é chamada de Naruto, ou Narutomaki.
Mas depois da manga da semana passada acho que já toda a gente sabe…
De qualquer modo é importante ter em conta como os fenómenos naturais, a paisagem e o ciclo das estações influenciam a cultura humana. Alguns de forma directa e anunciada, outros através de pequenas coisas do dia-a-dia que pouca gente repara nelas.
Sabiam que o mineral que era usado para dar a cor azul nas janelas típicas alentejanas é um repelente natural de insectos? As janelas não se pintam de azul à volta pelo estilo, é por utilidade. Claro que com o tempo muitos se esqueceram e agora pintam de amarelo ou compram as tintas em lojas, pelo que já não funciona…
Devem conhecer uma coisa que se vende nos super mercados chamada de “delícias do mar”, pois bem, isso é baseado numa receita japonesa: Surimi. Podem ler bem a embalagem, porque por vezes vem lá mesmo assinalado esse nome.
Estas salsichas são confeccionadas fazendo um puré com vários peixes. Esta pasta de peixe é depois moldada em barras e cozida em vapor.
Normalmente há a variedade Branca e a Vermelha. Quando se confecciona uma salsicha de peixe mista (com as duas cores) esta obtém o nome de Kamaboko.
Um dos locais famosos pelas suas Kamaboko é a cidade japonesa de Naruto. Esta cidade fica perto do estreito que separa as duas das grandes ilhas do arquipélago, Honshou e Shikoku. Isto faz com que a cidade seja palco de um raro espectáculo: Naruto no Uzushio, os remoinhos de Naruto.
Ora bem, isto é uma grande atracão turística, desde há muitos anos. Como tal, a Kamaboko feita nesta cidade apresenta a parte vermelha em forma de espiral no centro e é chamada de Naruto, ou Narutomaki.
Mas depois da manga da semana passada acho que já toda a gente sabe…
De qualquer modo é importante ter em conta como os fenómenos naturais, a paisagem e o ciclo das estações influenciam a cultura humana. Alguns de forma directa e anunciada, outros através de pequenas coisas do dia-a-dia que pouca gente repara nelas.
Sabiam que o mineral que era usado para dar a cor azul nas janelas típicas alentejanas é um repelente natural de insectos? As janelas não se pintam de azul à volta pelo estilo, é por utilidade. Claro que com o tempo muitos se esqueceram e agora pintam de amarelo ou compram as tintas em lojas, pelo que já não funciona…
terça-feira, 2 de junho de 2009
Fim do Estágio
Este blog funcionou como parte do estágio de Biologia e Geologia de 08/09 do núcleo de estágio da Homem Cristo, com a turma 11ºC.
Agora que o estágio acabou, e estando este alojado na minha conta, eu João, vou continuar com ele.
Estando fora do estágio posso muito bem-fazer o que me apetecer com o Blog, escrever sobre qualquer coisa até.
Gostei bastante do estágio, mas pela nota que tive, parece que não sou material para professor.
Compreendo que houve um certo número de falhas da minha parte, mas bem podiam ter tido em conta que esta era a última nota que ia receber, uma nota que conta como mais do que vários anos na universidade.
Ora bem, se é para ser excepcionalmente profissional em todas as coisas, agora que o estágio acabou as minhas responsabilidades também. Se aquilo que fiz fora das minhas responsabilidades não contou para nada, porque hei-de continuar? Fiz por gosto, mas senti que não recebi apreço, principalmente pela consideração que tive, sabendo que aquela era uma nota chave para o resto da minha vida. E então, desde já aviso que ainda está um modelo de DNA e uma árvore da vida na UA, no CIFOP. Se quiserem vão lá buscar. Já bastou ter de andar com as coisas às costas de um lado para o outro, já basta ter levado para a Homem Cristo o que levei da semana para prática pedagógica quando muito bem poderia ter deixado lá tudo. Eu ando a pé, a professora Maria João anda de carro.
O tempo que andei no estágio com ela de baixa não parece ter tido qualquer espécie de valor, também não o fiz por isso. Mas fiquei bem desapontado quando deixei de receber notícias da professora João na última semana de estágio, de maneira que não pode apresentar projecto pedagógico, e lá se foi boa parte da nota. É o que dá quando se confia nas pessoas. E com grande lata recebi depois uma mensagem dela a pedir coisas de mim. Teve a mesma resposta que me deu na semana anterior.
Não sei quem vai ler isto, mas que se lixe, queria dizer isto.
Gostei muito da turma 11ºC. Espero que tenham tido boas notas no último exame, eu pela minha parte não denunciei as várias cábulas que vi. Mas tenho de avisar que muitos se desleixam no fim do exame e esquecem-se delas. Não as deitem fora também logo fora da sala. Vão à casa de banho e ponham no cesto do papel higiénico usado (rasgado em pedacinhos muito pequenos, e com papel higiénico por cima, ou enroladas no papel) ou lavem lá as mãos. As casas de banho dos professores e alunos são separadas, aproveitem!
Eu nunca usei cábulas, mas lógica é lógica. Se é para esconder algo há regras básicas. Isso e gosto de filmes e series de espionagem. Ocasionalmente livros. E ninjas, gosto de ninjas.
Agora que o estágio acabou, e estando este alojado na minha conta, eu João, vou continuar com ele.
Estando fora do estágio posso muito bem-fazer o que me apetecer com o Blog, escrever sobre qualquer coisa até.
Gostei bastante do estágio, mas pela nota que tive, parece que não sou material para professor.
Compreendo que houve um certo número de falhas da minha parte, mas bem podiam ter tido em conta que esta era a última nota que ia receber, uma nota que conta como mais do que vários anos na universidade.
Ora bem, se é para ser excepcionalmente profissional em todas as coisas, agora que o estágio acabou as minhas responsabilidades também. Se aquilo que fiz fora das minhas responsabilidades não contou para nada, porque hei-de continuar? Fiz por gosto, mas senti que não recebi apreço, principalmente pela consideração que tive, sabendo que aquela era uma nota chave para o resto da minha vida. E então, desde já aviso que ainda está um modelo de DNA e uma árvore da vida na UA, no CIFOP. Se quiserem vão lá buscar. Já bastou ter de andar com as coisas às costas de um lado para o outro, já basta ter levado para a Homem Cristo o que levei da semana para prática pedagógica quando muito bem poderia ter deixado lá tudo. Eu ando a pé, a professora Maria João anda de carro.
O tempo que andei no estágio com ela de baixa não parece ter tido qualquer espécie de valor, também não o fiz por isso. Mas fiquei bem desapontado quando deixei de receber notícias da professora João na última semana de estágio, de maneira que não pode apresentar projecto pedagógico, e lá se foi boa parte da nota. É o que dá quando se confia nas pessoas. E com grande lata recebi depois uma mensagem dela a pedir coisas de mim. Teve a mesma resposta que me deu na semana anterior.
Não sei quem vai ler isto, mas que se lixe, queria dizer isto.
Gostei muito da turma 11ºC. Espero que tenham tido boas notas no último exame, eu pela minha parte não denunciei as várias cábulas que vi. Mas tenho de avisar que muitos se desleixam no fim do exame e esquecem-se delas. Não as deitem fora também logo fora da sala. Vão à casa de banho e ponham no cesto do papel higiénico usado (rasgado em pedacinhos muito pequenos, e com papel higiénico por cima, ou enroladas no papel) ou lavem lá as mãos. As casas de banho dos professores e alunos são separadas, aproveitem!
Eu nunca usei cábulas, mas lógica é lógica. Se é para esconder algo há regras básicas. Isso e gosto de filmes e series de espionagem. Ocasionalmente livros. E ninjas, gosto de ninjas.
sexta-feira, 15 de maio de 2009
quinta-feira, 23 de abril de 2009
Magmatismo
E as apresentações do Magmatismo, que são menos:
E aqui está o link para os add-ons do Google Earth para obter informação de Vulcões:
http://www.volcano.si.edu/world/globallists.cfm?listpage=googleearth
Magmáticas 1
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Magmatismo 2
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E aqui está o link para os add-ons do Google Earth para obter informação de Vulcões:
http://www.volcano.si.edu/world/globallists.cfm?listpage=googleearth
Etiquetas:
geologia,
magma,
magmatismo,
minerais,
Rochas
Update Geologia
Update Geologia
Rochas Sedimentares.
Aqui estão as apresentações. Como as aulas foram algo atribuladas, a mesma apresentação acabou por ter várias versões. Aqui ficam todas.
Aconselho a que saquem os ficheiros, e com o apoio do que aprenderam nas aulas acrescentem os vossos próprios apontamentos nos acetatos.
Se tiverem alguma dúvida, podem aqui a deixar!
Rochas Sedimentares.
Aqui estão as apresentações. Como as aulas foram algo atribuladas, a mesma apresentação acabou por ter várias versões. Aqui ficam todas.
Aconselho a que saquem os ficheiros, e com o apoio do que aprenderam nas aulas acrescentem os vossos próprios apontamentos nos acetatos.
Se tiverem alguma dúvida, podem aqui a deixar!
ApresentaçãO1
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ApresentaçãO2
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ApresentaçãO3
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apresentação rework
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geologia,
minerais,
Rochas,
sedimentares
terça-feira, 10 de março de 2009
Jornal da Ciência
Desde praticamente o começo do ano tem estado na entrada da escola um placard com notícias de ciência. As notícias vão sendo intervaladas entre BG e FQ.
O que aconteceu recentemente é que foi chato. Durante a semana passada o cartaz foi vandalizado, arrancado do sítio e colocado no lixo. Ainda foi possível recuperar o placard do lixo, mas já não estava em condições.
Isto é francamente triste e um estagiário acaba por perder a vontade de continuar com a iniciativa. Dantes um estagiário ainda recebia dinheiro durante o estágio, agora não. Agora temos de continuar a pagar propinas e não recebemos um chavelho. Ou seja, todo o material que um professor estagiário usa, oferece ou traz para a aula sai-lhe do bolso. Então, estando quase a tempo inteiro na escola, e ainda a pagar a universidade, refeições e um quarto alugado, de onde vem o dinheiro? Esse é um problema a que ninguém de direito ou em lugar de poder de decisão quer responder ou arranjar alternativas ou apoios. Os estagiários vão prescindindo de certas coisas, cortando aqui e ali, deitando a mão às poupanças e… O placard da ciência era um exemplo de uma coisa que, para além de tempo e dinheiro tinha alguma paixão ali por detrás. Depois de ver como foi tratado fica a pergunta: Vale a pena?
Recomeçar implicaria mais tempo e dinheiro, e tendo os vândalos ficando impunes, facilmente, por terem escapado com destruição de propriedade privada dentro de um recinto escolar, iriam rapidamente tentar fazer a mesma coisa.
O que aconteceu recentemente é que foi chato. Durante a semana passada o cartaz foi vandalizado, arrancado do sítio e colocado no lixo. Ainda foi possível recuperar o placard do lixo, mas já não estava em condições.
Isto é francamente triste e um estagiário acaba por perder a vontade de continuar com a iniciativa. Dantes um estagiário ainda recebia dinheiro durante o estágio, agora não. Agora temos de continuar a pagar propinas e não recebemos um chavelho. Ou seja, todo o material que um professor estagiário usa, oferece ou traz para a aula sai-lhe do bolso. Então, estando quase a tempo inteiro na escola, e ainda a pagar a universidade, refeições e um quarto alugado, de onde vem o dinheiro? Esse é um problema a que ninguém de direito ou em lugar de poder de decisão quer responder ou arranjar alternativas ou apoios. Os estagiários vão prescindindo de certas coisas, cortando aqui e ali, deitando a mão às poupanças e… O placard da ciência era um exemplo de uma coisa que, para além de tempo e dinheiro tinha alguma paixão ali por detrás. Depois de ver como foi tratado fica a pergunta: Vale a pena?
Recomeçar implicaria mais tempo e dinheiro, e tendo os vândalos ficando impunes, facilmente, por terem escapado com destruição de propriedade privada dentro de um recinto escolar, iriam rapidamente tentar fazer a mesma coisa.
domingo, 8 de março de 2009
Limpar o Pó
Isto estava desactualizado, mas com força. Desde o ano passado que não fazia uma actualização. A Maria João ainda fez umas, mas agora que está de baixa de maternidade ainda ia passar mais tempo sem poder por aqui passar. Quer dizer, até pode passar por aqui e escrever alguma coisa, como vai, e como vai o bebé dela, mas não precisa. Eu no entanto, que ainda estou em activo no estágio, e que esta iniciativa conta para a minha nota e desempenho é que não me posso desleixar muito mais. Ainda tive desculpa por ter tido umas aulas para dar e preparar, depois o dia do patrono, mas agora que só volto a dar aulas para depois da Páscoa…
Desde já peço desculpa por não ter colocado as apresentações mais recentes por aqui, acho que isso teria sido correcto, tendo em conta o teste que fizeram com toda a matéria de Biologia.
De qualquer modo, durante esta semana as coisas serão corrigidas.
O dia do patrono foi interessante e tive algumas ideias para alguns posts que estou para colocar aqui.
Achei estranho não haver actividade nenhuma relacionada com filosofia… Matemática que é algo mais aborrecido tinha, mas filosofia não. Talvez seja a falta de popularidade (boa ou má), mas se fosse tão popular como, digamos, futebol, as coisas seriam diferentes, basta ver:
E uma aproximação ao mesmo problema, mas desta vez nacional.
Desde já peço desculpa por não ter colocado as apresentações mais recentes por aqui, acho que isso teria sido correcto, tendo em conta o teste que fizeram com toda a matéria de Biologia.
De qualquer modo, durante esta semana as coisas serão corrigidas.
O dia do patrono foi interessante e tive algumas ideias para alguns posts que estou para colocar aqui.
Achei estranho não haver actividade nenhuma relacionada com filosofia… Matemática que é algo mais aborrecido tinha, mas filosofia não. Talvez seja a falta de popularidade (boa ou má), mas se fosse tão popular como, digamos, futebol, as coisas seriam diferentes, basta ver:
E uma aproximação ao mesmo problema, mas desta vez nacional.
sexta-feira, 16 de janeiro de 2009
diversidade
olá a todos!
cá vai a imagem em .jpeg:
como sabem tenho tentado inserir o .ppt (via slideshare) desta brochura e não tenho conseguido
:(
como irão precisar do ppt para refazer os vossos grupos (sabem do que estou a falar, verdade?), vou-vos indicar o site da slideshare onde tenho colocado o material das minhas aulas:
http://www.slideshare.net/biomaia
assim, vão lá directamente e fazem o download do ppt; da mesma maneira, saquem a minha apresentação da aula dos sistemas de classificação, vale?
se quiserem, podem também trazer uma pen para a aula de 6ª feira, que eu passo-vos directamente estes documentos!
sejam criativos a fazer o novo agrupamento!
bom trabalho!
Etiquetas:
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