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quarta-feira, 26 de novembro de 2008

Texto VI

Espécies comerciais de peixe estão à beira da extinção

As últimas décadas de pesca industrial colocaram os stocks de peixe à beira da ruptura e da extinção em massa de algumas das espécies mais consumidas no mundo. Cerca de 3/4 das espécies pescadas para fins comerciais estão a ser exploradas para além dos limites da sustentabilidade e acresce o problema do desperdício provocado pelos métodos de pesca industrial: por cada peixe que chega aos consumidores, entre 10 a 20 vezes o peixe equivalente é deitado para o lixo!
Prevê-se que em 2050 só seja possível cumprir metade das necessidades da população mundial em proteínas de peixe. E a estimativa pode ser até demasiado optimista, porque a simples extinção de uma só espécie importante pode provocar, em cascata a extinção de várias centenas de outras, dado o delicado intrincado que define qualquer pirâmide ecológica na Natureza.
A União Europeia tem tentado combater estas extinções em massa proibindo a pesca de algumas espécies nas suas costas e financiando países africanos, onde teoricamente essas espécies estariam em melhores condições, para acolher as suas frotas de pesca. Contudo, a corrupção nestes países tem permitido abusos e os seus stoks se encontram perigosamente baixos. No Senegal, por exemplo, estima-se hoje que exista menos de 25% da biomassa marinha que existia nos seus mares há apenas 15 atrás. Mas a Europa não é a única ameaça para espécies marinhas do globo: no Japão cada cidadão consome por ano uma média de 66 Kg peixe; e a China, com a sua imensa população e um crescente poder de compra, consome hoje já um 1/3 de todo o pescado mundial.

Adaptado de

Texto V

Bacalhau em extinção

O fim da pesca do bacalhau (Gadus spp.) nas costas da Terra Nova e Labrador (até às 200 milhas), foi decretado pelas autoridades canadianas em 1992. A captura intensiva e sem limites que as armadas de pesca internacionais ali praticaram nas décadas de 60 e 70, como aconteceu com as fábricas flutuantes da ex-União Soviética, precipitou ali em poucos anos a queda dos stocks da espécie para níveis próximos do limiar da extinção. A proibição da sua pesca no interior das 200 milhas foi uma tentativa de recuperar os efectivos da espécie.
Inicialmente, pensou-se que isso não seria complicado e que a moratória ao bacalhau não deveria durar mais de dois anos. Mas, hoje, passados 14 anos, os stocks não recuperaram. E a proibição nunca chegou a ser levantada.
Este ano o governo federal atribuiu às pequenas comunidades de pesca costeira, uma pequena quota global de três mil toneladas de bacalhau para 2007. Mas não é o fim da moratória. Trata-se de uma medida que permitirá avaliar a saúde dos stocks junto à costa
Por várias razões, umas mais evidentes, como a persistência da pesca ilegal nas águas internacionais, para além das 200 milhas, outras ainda mal compreendidas, o bacalhau não conseguiu recuperar passada década e meia. Em alguns pontos junto à Terra Nova, e mais para Sul, na Nova Escócia, a tendência de declínio não se inverteu. E o futuro da espécie nesta região, "que já foi a mais produtiva do planeta", é hoje encarado com cepticismo e receio pela comunidade científica que estuda a questão.

Adaptado de

Texto IV

A viagem do salmão

O salmão atlântico (Salmo salar) é um peixe migrador anádromo, o que significa que vive toda a sua vida no mar mas que se reproduz em água doce, deslocando-se para os rios na época da procriação, que se efectua de Outubro a Julho. A desova efectua-se entre Dezembro e Janeiro. A grande capacidade natatória desta espécie permite-lhe ultrapassar grandes obstáculos ao longo do percurso migratório (excluindo as grandes barragens e açudes), procurando atingir as águas calmas dos cursos superiores dos rios, onde efectua a postura nos fundos de areia e cascalho. A fecundação pelos machos é externa, e ocorre em simultâneo à postura.
O consequente decréscimo dos efectivos populacionais, ou a extinção local de espécies migratórias como o salmão, conduziu à construção e desenvolvimento de diversos sistemas de transposição piscícola em obras fluviais, genericamente designados de passagens para peixes (PPP). Estas estruturas pretendem minimizar as consequências do efeito barreira na fauna piscícola, permitindo em menor escala, o restabelecimento da continuidade nos sistemas fluviais.
Actualmente, o modelo de PPP mais comum são as passagens por bacias sucessivas, ou escadas para peixes, utilizadas sobretudo para vencer desníveis pouco pronunciados. O desnível é dividido em várias quedas consecutivas de menor dimensão, como os degraus de uma escada, formando um canal por onde os indivíduos se movimentam e transpõem as bacias, nadando na coluna de água ou, em alguns casos, por salto.
As PPP foram também usadas por alguns mamíferos, como foi demonstrado em Portugal como a toupeira de água (Galemys pyrenaicus) e a lontra (Lutra lutra).

Adaptado de http://www.naturlink.pt/

Texto III

Influência da temperatura na determinação sexual dos crocodilos

O crocodilo de água salgada (Crocodylus porosus) é o maior réptil existente na actualidade e pode ser extremamente perigoso para o Homem. Este crocodilo habita rios e estuários, mas também pode ser encontrado em zonas costeiras de mar aberto. Reproduz-se durante a estação húmida. As posturas são feitas em ninhos construídos em terra com lama e ramos, onde são enterrados 40 a 60 ovos, que levam cerca de 90 dias a incubar.
A determinação do sexo dos pequenos crocodilos é feita através da temperatura durante os primeiros dias após a postura: os machos são produzidos se a temperatura estiver em torno dos 31º C. Se as condições forem mais favoráveis, as crias serão fêmeas. A mãe permanece durante todo o período junto do ninho, apesar de não ter parte activa na incubação. Desenterra os ovos quando ouve o chamamento das crias e transporta-as para a água. As jovens crias podem ser caçadas pelos crocodilos adultos ou serem expulsas do território quando atingem o estado adulto ou o seu número aumenta excessivamente.
Os machos adolescentes deslocam-se para zonas de água salgada e percorrem as costas até encontrarem um rio que possam marcar como seu território. A maturidade sexual é atingida entre os 10 a 12 anos para o sexo feminino e aos 16 anos para o masculino.

Adaptado de http://pt.wikipedia.org/wiki/crocodili-de-água-salagada

Texto II

Hermafroditismo em mamíferos: o caso dos ursos polares

Entre os vertebrados, e em particular, entre os mamíferos, a ocorrência de hermafroditismo não é natural, podendo ocorrer, no entanto, como consequência de anomalias genéticas.
Recentemente, uma equipa de cientistas liderada pelo canadiano Derek Muir, debruçou-se sobre a contaminação de ursos polares (Ursus maritimus) por várias substâncias, entre as quais os PBDEs (éteres polibromatos difenilos), utilizados como retardantes de chama em tecidos até aos anos 60. Testes laboratoriais apontam para a presença destas substâncias no tecido adiposo dos urso e algumas anomalias a nível hormonal, que contribuem para o enfraquecimento dos sistemas imunológicos, alteração da estrutura óssea e para o aparecimento de um elevado índice de hermafroditismo entre estes animais.
Como é sabido, a concentração de poluentes é magnificada ao longo da cadeia alimentar desde o plâncton para o peixe e até aos mamíferos marinhos como as focas, as baleias e os ursos polares. De facto, os cientistas determinaram que as concentrações de PBDEs no tecido adiposo dos ursos é 71 vezes maior que nas focas, as suas presas preferenciais.
Os ursos mais contaminados encontram-se no leste da Gronelândia e nas ilhas norueguesas de Svalbard, onde estas substâncias químicas aparecem em concentrações 10 vezes superiores às dos ursos do Alasca e 4 vezes superiores às dos ursos do Canadá. Em Svalbard, a proporção de animais hermafroditas situa-se nuns preocupantes 2%. Estima-se que actualmente existam 22 000 ursos polares, a maioria deles no Canadá. Em Svalbard são 3 000.

Adaptado de http://news.independent.co.uk/environment/article337581.ece

Texto I

O dilema dos pinguins de Adélia

Os pinguins de Adélia (Pygocelus adeliae), que vivem na costa da Antártida, têm sido objecto de estudo de cientistas de uma estação de investigação situada na proximidade de algumas ilhas onde esses pinguins nidificam.
A partir de Outubro, os pinguins escolhem regiões de solo nu, nas encostas mais abrigadas, onde constroem ninhos com pedregulhos. Durante os últimos 30 anos, tem-se registado um grave declínio na população de pinguins que procriam na região e que já atinge os 70%. O biólogo responsável por estes estudos admite que o declínio se relaciona com a mudança climática que tem vindo a ocorrer na região. Nos últimos 50 anos, as temperaturas de Inverno têm experimentado um aumento médio de 6ºC. Como consequência do aquecimento, o gelo marinho, que forma uma camada impermeável sobre o oceano, funde, o que provoca uma maior evaporação da água do mar. Ocorre então uma precipitação de neve, que se acumula no solo, especialmente nas zonas mais abrigadas dos ventos, sendo nesses locais onde se funde, mais tarde.
Os pinguins de Adélia não modificaram os seus locais de postura. Continuaram a construí-los mas sobre a neve e não no solo nu. Quando a neve funde, os ninhos enchem-se de água que encharca os ovos, impedindo o nascimento de novos membros da colónia. Deste modo, o número de nascimentos nas colónias de pinguins de Adélia da região tem vindo a ser gradualmente reduzido.

Adaptado de http://pt.wikipedia.org/wiki/pinguim-de-así9lia