Era suposto ter continuado a actualizar este sítio, e estou com muita pena em não ter conseguido tempo antes.
Entrei em Mestrado de Biologia Aplicada, e estou já no último ano (são dois, mas tive equivalências) o que quer dizer que estou a preparar uma tese.
Se há uns meses me dissessem que ia estar neste projecto a fazer o que estou a fazer, e a gostar, não ia acreditar.
O meu projecto é… Esqueço-me sempre do nome, mas é um nome bem grande. O objectivo é estudar o efeito do aumento da salinidade nas zonas costeiras, por causa do aumento do nível do mar. O meu caso em concreto é em zonas aquáticas, pelo que estou em Toxicologia Aquática (algo aparentado com Ecotoxicologia) que pertence a Ecologia.
E neste momento estou a trabalhar com (e esta é a parte que me parece ainda difícil de acreditar, do género, “como é que isto aconteceu?”) Daphnias.
Ok, se fossem “Daphnia magna” era uma coisa, mas estou a trabalhar com outra, e vou passar a explicar. Na ciência em geral existem padrões, valores de referência e até organismos padrão. No caso de Toxicologia Aquática um dos organismos mais estudados e usados (por tão bem estar estudado) é a “Daphnia magna” para a qual até já existem muitos testes padrão (ou seja, como já se sabe como reagem perante certas concentrações de certos poluentes, é quase só largar umas numa amostra de água e ficar a ver como é que elas lá se dão para se ter uma ideia do que se passa na água). Mas esta daphnia é nativa do sub-continente norte-americano. Recentemente muitos laboratórios têm começado a adaptar estes testes a organismos semelhantes à “Daphnia magna” mas que existam naturalmente na sua área. É sempre complicado e até perigoso estar dependente de espécies exóticas, e logo uma com as características reprodutivas da Daphnia.
Em Portugal existe uma espécie de daphnia, a “Daphnia longispina”. É muito parecida com a magna, excepto que é muito, mas muito mais pequena.
E ainda há mais “problemas”, uma vez que não há valores tabulados de salinidade que a “Daphnia longispina” aguenta, tive de andar eu de volta delas a fazer testes para descobrir esse valor (aproximado). Demorou, sendo que o principal factor é que usei os dados da magna como referencia para os testes. A longispina pode ser mais pequena, mas resiste muito mais ao sal. Resiste muito mais. Resiste assim do género “bolas que há mais de dois meses que não vou a casa porque estou a fazer testes de 48h com daphnias e não tenho ainda resultados de mortalidade”.
Mas agora já está melhor, e embora talvez só vá a casa depois do ano novo (agora são os testes de 12 dias) tenho mais tempo livre.
Ok, fora isto há muito movimento no mundo da ciência que tenho de aqui colocar. E são duas da manhã
sexta-feira, 4 de dezembro de 2009
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1 comentário:
É verdade, caso estejam interessados em pedir ajuda em alguma coisa, artigos, informações e coisas assim aqui fica o meu mail:
pt_kamen@yahoo.com.br
tenho outro, o joao.lv.leitao@gmail.com mas uso menos, pelo que as respostas acabam por demorar mais...
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